From: Anderson Cunha
To: jipenet ; jipenet-sp
Sent: Saturday, March 30, 2002 11:43 PM
Subject: Relato
longo - MG Trilha da Roça Feia
Boa noite a todos. Acabamos de chegar na casa onde estamos em Furnas, região de
Passos, voltado de uma exploração na Serra da Babilônia, região da Serra da
Canastra, e gostaria de relatar como foi o dia.
A cidade de Furnas antigamente era sub-distrito de Alpinópolis, e trata-se de
um local muito agradável para estadia, onde parece mais que estamos em uma
pequena cidade americana, com casas sem muros, muito verde e ruas largas.
Saimos de Furnas as 12:00, ou seja um pouco tarde para uma longa exploração, e
nosso ideal era visitar a Cascata D'anta e região de São Roque de Minas, em
comemoração ao meu 35o. aniversário.
Seguimos o tracklog encontrado no www.UOR.com.br
com direção a S.J. Batista do Glória, já por estradas de terra, eu, minha
esposa Eda, nossa filha Isabela a bordo de uma S10 cabine dupla 4x4 diesel.
Neste ponto, nós não tinhamos a menor idéia do que iriamos encontrar pela
frente.
Passamos direto pela cachoeira Vale do Céu, onde há também uma pousada,
porque nosso objetivo era atingir a Cascata D'anta, e não sabiamos como seria o
caminho à frente.
Mais à frente, sem saber o que nos esperava, decidimos seguir o tracklog
apontando para a Cachoeira do Facão. Já de cara um riacho para atravessar,
cuja entrada era um tanto desnivelada, onde testamos o restrito angulo de
entrada e saida da S10, porém sem raspar as partes baixas. Obedecemos à risca
os conselhos do João Roberto Gaiotto (www.tecnica4x4.com.br)
que no curso da DPaschoal nos ensinou a sempre inspecionar o terreno a frente, e
neste ponto a Eda começou a se animar em mostrar o caminho certo para mim, que
conduzia a S10 pelos obstáculos.
Chegamos a uma fazenda onde o proprietário Sr. Ze Casimiro nos recebeu com
muita cordialidade, e nos indicou que o caminho a frente não era apropriado
para uma caminhonete baixa como a S10. Resolvemos tomar os riscos e seguir em
frente, ainda com a idéia que caso a coisa apertasse, nós retornariamos.
Logo a frente, encontramos uma erosão no meio da estrada, que agora nitidamente
se transformava em trilha. A erosão era suficiente para engolir a roda da S10
por completo, então ao inspecionar o local encontramos uma saida pela vegetação,
desviando do obstáculo.
Outro riacho... desta vez com um angulo de entrada e saida ainda mais agressivo,
mas a S10 continuava superando os pequenos obstáculos sem saber o que estaria
por vir.
Logo mais a frente, uma curva, muitas pedras e a primeira surpresa. Uma rampa de
pedra muito ingreme, e ainda por cima inclinada lateralmente. Subimos a pé os
600 de distância da rampa, analisando cada obstáculo e cada buraco, colocando
pedras grandes nos locais mais profundos a fim de evitar que a S10 batesse o
fundo em algum deles. Ao final, retornamos ao carro, reduzida, 1a. marcha,
esposa orientando do lado de fora, e vamos à frente. Superamos a rampa ilesos,
apesar da dificuldade, e com grande emoção, achando que dali pra frente tudo
seria mais fácil. Vã ilusão.
Encontramos então uma sucessão de valas, suficientes para tombar a S10 e
imobiliza-la. As vezes havia marcas de pneus em alguns trechos, facilitando
nosso trabalho de analisar cada palmo do caminho, procurando minimizar as
chances da S10 ficar travada em algum local, pois não havia nenhum outro carro
conosco, e ficar imobilizado naquela situação seria um grande problema para nós.
Algumas rampas pareciam instransponíveis a primeira vista, mas analisando com
calma e calçando os buracos com as pedras encontradas pelo caminho, fomos
seguindo em frente.
Em um dos obstáculos, uma erosão enorme, quase ficamos. A S10 em 1a. reduzida
patinou os pneus, inclinou como nunca ninguém viu, e subiu. Cada obstáculo era
uma vitória para todos nós, pois a essa altura a Isabela também ajudava na
orientação e na preparação do caminho.
Quando estavamos quase no final da subida, encontramos um grupo de jipeiros com
Bands, Samukas, Trollers e tal, admirados por encontrar uma S10 no caminho. Acho
que eles pensaram que a trilha a frente seria fácil, mas descobririam
certamente que não...
Ao final, estavamos no topo de um dos vértices da Serra da Babilônia, que
antecede a serra da Canastra. Um total de 650 metros de desnivel desde
S.J.B.Gloria, e uma das mais deslumbrantes paisagens que já vimos.
A partir dali, só descida, e neste caso, todos os Santos ajudam. Somente uma
das rampas de descida nos apresentou dificuldade, onde o longo entre-eixos da
S10 raspou de level o chassis. De resto, foi só manter a calma e procurar o
caminho mais apropriado para um carro certamente baixo para este tipo de trilha.
Finalmente chegamos a uma estrada de terra, onde na primeira fazenda eu
encontrei um Uno, e neste momento tive certeza que o caminho a frente seria mais
tranquilo.
Paramos na Pousada Babilônia, onde fomos recebidos pelo proprietário Ricardo e
sua esposa, que engrossou o caldo do feijão para nos servir uma deliciosa janta
mineira, a base de frango caipira, quiabo, feijão e farinha de milho. Havia um
grande grupo hospedado na fazenda, que possui acomodações simples porém num
lugar paradisiaco. Quem quiser conhecer, é só ligar e reservar : (035)
9981-0122, com acesso direto por S.J.B.do Gloria (4x2) por 45 minutos. Foi o
Ricardo que nos disse que essa trilha chamava-se "Roça Feia".
A cada morador local que chegava, nos perguntava por onde viemos. Quando
explicavamos que passamos pela trilha da Roça Feia, eles faziam uma grande cara
de espanto, dizendo : de S10 ???? ganhou o dia, hein patrão !
Agradecimentos a todos, ao UOR pelo tracklog, ao João Roberto Gaiotto pelos
ensinamentos, e aos amigos da Jipenet pelo incentivo no Off-road.
A familia saiu dessa, ilesos, cansados, porém muito mais unidos.
Abraços tracionados a todos,
Anderson Cunha, Eda e Isabela
S10 Trem Bala
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Vitara 93 ShaZam
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